GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
O planeamento é na vida colectiva um meio indispensável à sobrevivência da sociedade, Glasson, (1978). Fundamenta-se na recolha e tratamento da informação relativa ao passado e presente, para identificar as grandes tendências de mudança, tendo em vista a preparação do futuro. Um plano pressupõe pelo menos proceder à elaboração de um inventário e tomar consciência do que existe e do que falta realizar, tendo consciência da interactividade e da dinâmica dos factores ambientais que condicionam o espaço sobre o qual vai incidir a acção de planeamento.
O planeamento de recursos (DL 45/94 de 22 de Fevereiro) "tem por objectivos gerais a valorização, a protecção e a gestão equilibrada dos recursos hídricos nacionais, assegurando a sua harmonização com o desenvolvimento regional e sectorial através da economia do seu emprego e racionalização dos seus usos".
Qualquer política de gestão de recursos hídricos deve assentar no conhecimento da distribuição espacial e temporal do recurso água. A descrição quantitativa deste recurso é essencial para responder a questões sobre a quantidade de água disponível e qual o seu padrão de distribuição espacial e temporal. Só com base nessa informação é que é possível identificar as regiões onde a escassez de água é um fenómeno crónico, caracterizar as manifestações dessas situações e conceber os meios para a sua solução. Por outro lado, as questões relativas à qualidade da água não podem ficar dissociadas do aspecto da quantidade, pois só a integração destas duas valências permite responder a questões associadas às variações de concentrações de substâncias e traduzem a segurança em relação à potabilidade e compatibilidade com os usos.
O planeamento e gestão de recursos hídricos, em sintonia com o ordenamento do território deve assentar em modernas tecnologias de informação e de transferência de dados como única forma de definir políticas e estratégias de gestão eficientes.
Concretiza-se na elaboração de planos de recursos hídricos e fundamentalmente nos planos de bacia hidrográfica-PBH. Os planos de bacia hidrográfica são constituídos por peças escritas e por peças gráficas (DL 45/94 de 22 de Fevereiro) e devem ter quatro grandes metas:
1. Diagnóstico, incluindo a avaliação das necessidades e disponibilidades hídricas;
2. A definição de objectivos de planeamento no curto médio e longo prazos;
3. Propostas de medidas e acções com definição de prioridades de actuação;
4. A programação física institucional e financeira relativa à sua implementação
sábado, 26 de março de 2011
Recursos hídricos em Portugal
Recursos hídricos em Portugal
A irregular distribuição dos recursos hidricos no nosso país está relacionada com a também irregular distribuição das zonas de maior precipitação que constituem zonas de relevo montanhoso. O escoamento da precipitação contribui para o aumento dos caudais dos rios e dos lençóis subterâneos, sendo portanto natural que as zonas áridas e com pouca vegetação, que têm em consequência disso reduzidos níveis de precipitação, tenham uma disponibilidade de recursos hídricos muito inferior às zonas montanhosas. Sendo o território do Norte e Centro de Portugal tendencialmente montanhoso, e o do Sul tendencialmente plano e com vegetação mais reduzida, verifica-se uma assimetria Norte-Sul na distribuição dos recursos hídricos.
O Plano Hidrológico Espanhol tem bastante influência na variação dos caudais dos rios luso-espanhóis uma vez que ao prever a construção de barragens e transvases nesses rios pode provocar uma diminuição drástica dos caudais dos mesmos, afectando a disponibilidade de água doce em Portugal e tendo inúmeras implicações ambientais e económicas. Daí que o Plano Hidrológico Espanhol devesse ter em conta o português e estar coordenado com este, de forma a garantir uma equidade no acesso a este recurso fundamental à sobrevivência das populações e ao desenvolvimento da actividade económica.
O Alqueva assume uma importância enorme no desenvolvimento do Alentejo na medida em que constituiu a "única" fonte de água numa distância considerável. Através da barragem do Alqueva, toda uma zona massacrada pela seca nos últimos anos poderá finalmente percorrer o caminho do desenvolvimento, pois as disponibilidades de água aumentam, o que se traduz em benefícios para as populações e para a agricultura (maior irrigação dos solos e melhores sistemas de rega que permitem o desenvolvimento de novos tipos de agricultura).
A construção de grandes barragens apresenta inúmeras vantagens, entre as quais o aumento da disponibilidade dos recursos hídricos através de um aumento do armazenamento de água e a possibilidade da sua utilização na produção de energia e utilização para fins lúdicos. Porém, apresenta também alguns inconvenientes, nomeadamente para a biodiversidade, na medida em que pode contribuir para a redução do número de efectivos de uma espécie, ou mesmo levar à sua extinção, quer porque as barragens constituem obstáculos às migrações e livre circulação dos animais, quer porque, contribuindo para uma redução dos caudais dos rios, provocam uma descida do nível das águas a jusante.
A irregular distribuição dos recursos hidricos no nosso país está relacionada com a também irregular distribuição das zonas de maior precipitação que constituem zonas de relevo montanhoso. O escoamento da precipitação contribui para o aumento dos caudais dos rios e dos lençóis subterâneos, sendo portanto natural que as zonas áridas e com pouca vegetação, que têm em consequência disso reduzidos níveis de precipitação, tenham uma disponibilidade de recursos hídricos muito inferior às zonas montanhosas. Sendo o território do Norte e Centro de Portugal tendencialmente montanhoso, e o do Sul tendencialmente plano e com vegetação mais reduzida, verifica-se uma assimetria Norte-Sul na distribuição dos recursos hídricos.
O Plano Hidrológico Espanhol tem bastante influência na variação dos caudais dos rios luso-espanhóis uma vez que ao prever a construção de barragens e transvases nesses rios pode provocar uma diminuição drástica dos caudais dos mesmos, afectando a disponibilidade de água doce em Portugal e tendo inúmeras implicações ambientais e económicas. Daí que o Plano Hidrológico Espanhol devesse ter em conta o português e estar coordenado com este, de forma a garantir uma equidade no acesso a este recurso fundamental à sobrevivência das populações e ao desenvolvimento da actividade económica.
O Alqueva assume uma importância enorme no desenvolvimento do Alentejo na medida em que constituiu a "única" fonte de água numa distância considerável. Através da barragem do Alqueva, toda uma zona massacrada pela seca nos últimos anos poderá finalmente percorrer o caminho do desenvolvimento, pois as disponibilidades de água aumentam, o que se traduz em benefícios para as populações e para a agricultura (maior irrigação dos solos e melhores sistemas de rega que permitem o desenvolvimento de novos tipos de agricultura).
A construção de grandes barragens apresenta inúmeras vantagens, entre as quais o aumento da disponibilidade dos recursos hídricos através de um aumento do armazenamento de água e a possibilidade da sua utilização na produção de energia e utilização para fins lúdicos. Porém, apresenta também alguns inconvenientes, nomeadamente para a biodiversidade, na medida em que pode contribuir para a redução do número de efectivos de uma espécie, ou mesmo levar à sua extinção, quer porque as barragens constituem obstáculos às migrações e livre circulação dos animais, quer porque, contribuindo para uma redução dos caudais dos rios, provocam uma descida do nível das águas a jusante.
terça-feira, 8 de março de 2011
Recursos Hídricos - 1
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